Em uma sociedade patriarcal que mata centenas de mulheres diariamente, o que é classificado como feminicídio, o Atlas da Violência 2025 revelou um dado alarmante: entre 2022 e 2023, o número de homicídios femininos no Brasil cresceu 2,5%, contrariando a tendência de queda dos homicídios em geral observada desde 2018. A média nacional chegou a 10 mulheres assassinadas por dia no país.
Minas Gerais faz parte desse cenário preocupante. De acordo com dados da Secretaria de Justiça do Estado, em 2024 houve uma redução no número de feminicídios consumados, com queda de 24% em relação ao mesmo período de 2023 de 142 para 108 vítimas. No entanto, os casos de feminicídio tentado aumentaram em 56%, ando de 139 para 217 registros. Esses números acendem um alerta para que iniciativas públicas se atentem à complexidade e à persistência da violência contra a mulher.
Diante disso, a Prefeitura de Mariana, na região central de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Assistência Social, inaugurou uma Unidade de Acolhimento para mulheres vítimas de violência. O espaço oferece abrigo temporário, proteção e e para que essas mulheres possam superar o momento de vulnerabilidade e reconstruir suas vidas com segurança e dignidade. O tempo de permanência varia conforme a complexidade de cada caso, podendo ser desde uma noite até períodos mais longos, sempre com acompanhamento profissional.
A nova unidade foi criada com o objetivo de oferecer um local seguro, acolhedor e estruturado. As mulheres contam com alimentação, acompanhamento psicológico, atendimento social e o e de uma equipe especializada, formada por cuidadoras, assistentes sociais, técnicas e profissionais da istração. Os filhos das mulheres acolhidas também podem permanecer na unidade, garantindo proteção e cuidado para toda a família.
Desde o primeiro atendimento, é iniciado um processo de reconstrução da vida da mulher, seja por meio do retorno seguro ao convívio familiar (quando possível), seja pela conquista da autonomia, com inserção no mercado de trabalho e o a programas sociais. É importante lembrar que a violência contra a mulher não se limita à agressão física. Ela pode ser psicológica, patrimonial, moral e muitas vezes ocorre de forma silenciosa, dentro do próprio lar.
A iniciativa reforça o compromisso da Prefeitura de Mariana com a proteção, o cuidado e a garantia dos direitos das mulheres, oferecendo e real e eficaz para aquelas que enfrentam situações de violência.