A histórica cidade de Ouro Preto, na região central de Minas Gerais, será, mais uma vez, palco da CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto, que celebra 20 anos de atividades com uma programação inteiramente gratuita, presencial e online. Entre os dias 25 e 30 de junho, o evento promove a exibição de 147 filmes, rodas de conversa, debates e encontros voltados à formulação de políticas públicas nos campos da Preservação, Educação e História do Cinema.
Um festival de memória e transformação
Realizada em locais icônicos como a Praça Tiradentes, o Centro de Artes e Convenções da UFOP e o Cine-Museu da Inconfidência, a mostra reafirma seu papel como espaço de articulação entre cultura, cidadania e identidade. O público também poderá ar parte da programação pela plataforma www.cineop.com.br.
Neste marco de duas décadas, a CineOP apresenta três grandes eixos temáticos:
Humor das mulheres no cinema brasileiro
A temática histórica deste ano propõe um olhar atento sobre o papel das mulheres na comédia cinematográfica nacional. A curadoria assinada por Cleber Eduardo e Juliana Gusman destaca como atrizes, roteiristas e diretoras vêm transformando o humor em ferramenta de subversão de estereótipos e afirmação de narrativas autorais.
Homenagem a Marisa Orth
Símbolo da comédia brasileira, a atriz Marisa Orth é a grande homenageada desta edição. Reconhecida por seu trabalho multifacetado no teatro, cinema e televisão, Marisa será celebrada por sua contribuição ao humor nacional e por personagens que questionam as representações femininas com ironia e irreverência.
Preservar é criar memória
A curadoria de José Quental e Vivian Malusá destaca a importância da preservação audiovisual como prática técnica, política e cultural. Em tempos de rápidas transformações tecnológicas, a mostra busca discutir o o aos acervos, a valorização dos profissionais da área e os desafios contemporâneos para manter viva a história do cinema brasileiro.
Como novidade, o Prêmio Preservação será entregue ao professor João Luiz Vieira, pelo trabalho de fortalecimento da cultura de preservação no país. Vieira coordena o LUPA – Laboratório Universitário de Preservação Audiovisual e é referência na valorização de acervos regionais.
Acervo e escola: cinema como ferramenta pedagógica
A temática da educação, sob curadoria de Adriana Fresquet e Clarisse Alvarenga, reforça o cinema como ferramenta fundamental no processo pedagógico. O evento defende a exibição de obras brasileiras nas escolas, conforme prevê a Lei 13.006/2014, e a formação de professores para o uso crítico dos conteúdos audiovisuais.
A educadora Maria Angélica Santos será agraciada com o Prêmio Cinema e Educação por sua atuação em projetos como o Programa de Alfabetização Audiovisual da Cinemateca Capitólio (RS) e no grupo GT Cinema-Escola.
Mostra Competitiva e filmes em destaque
A grande inovação da edição é a criação da Mostra Competitiva Contemporânea, com cinco longas que utilizam imagens de arquivo para construir novas linguagens audiovisuais. Entre eles:
- “Ruminantes”, sobre Jean-Claude Bernardet e Luís Sérgio Person;
- “Um Olhar Inquieto”, de Jorge Bodanzky e Liliane Maia;
- “Itatira”, com fenômenos culturais;
- “Paraíso”, de Ana Rieper;
- “Meu Pai e Eu”, de Thiago Boulin.
A mostra será avaliada por um júri formado por Alex Moura (Museu da Inconfidência), Marcus Mello (Cinemateca Capitólio) e Sheila Schvarzman (Universidade Anhembi Morumbi).
Além da competição, a mostra exibirá um total de 144 filmes, entre longas, curtas e um média-metragem, de 10 estados brasileiros e cinco países (Argentina, Colômbia, Chile, EUA e Brasil), organizados em 12 mostras diferentes.